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Materia sobre Nzambi criador do universo segundo o culto bantu (por Tata Kiamuloji) A LENDA DA CRIAÇÃO DO MUNDO

Uma vez tendo N'Zambi se expandido ao máximo e criado a sua corte
imediata, bem como as demais essências e espíritos e por fim, já
tendo criado também a Terra, decidiu convocar para uma reunião em
seu Palácio, Aluvaiá e também a sua parte feminina, Bombo-Njila,
nomeando-os como seus emissários diretos, determinando-lhes que o
mantivesse informado das boas novas do novo planeta. Com efeito,
N'Zambi dotou-os da capacidade de transporem com fabulosa destreza
as barreiras entre os mundos, de modo a lhe trazerem com a maior
rapidez, as informações e notícias de tudo o que se passava.


Certa ocasião, ao serem convidados a se pronunciarem, não se fizeram
de rogados e contaram à N'Zambi que era necessário proporcionar aos
espíritos que na terra vagavam, alguma forma de expiação para os
seus débitos, e que para tal, era preciso dar-lhes forma por meio da
matéria, uma vez que estes existiam apenas como simples espirais de
fumaça, e que, por não possuírem forma, não se conheciam e ainda
ignoravam a real natureza de suas ações, assim como as suas
possíveis consequências e sequer pudessem cumprir as punições que
N'Zambi porventura lhes determinasse, em virtude das eventuais
falhas que praticassem. Inteligentemente, propuseram à N'Zambi que
lhes dotasse do poder de manipular a energia, para poderem dar forma
material àqueles seres, ao que N'Zambi concordou. Assim, os
emissários retornaram para executarem a nova tarefa, a de modelar
aquelas espirais, propiciando sobre elas a energia que dava-lhes a
forma material- a vida.

Nesta mesma ocasião sugeriram ainda, que cada um dos Espíritos da
Natureza, isto é, os demais Bakulu/Jinkisi, que neste tempo já
haviam também sido criados por N'Zambi, mas os quais sabemos, são
estacionários em seus planos divinos, tivessem um pouco mais de
paciência para finalmente descerem à terra e dominarem cada um, o
reino da natureza que lhes fosse de direito, deixando portanto, por
conta de Aluvaiá e Bombo-Njila a responsabilidade de arrebanharem
espíritos de outros planetas, trazendo-os à terra, afim de se
juntarem aos outros e passassem pela expiação de suas ações. Após
muita delonga, resolveu N'Zambi, aceitar a sugestão.

Assim, partiram Aluvaiá e Bombo-Njila em busca de novas camadas de
espíritos em outros planetas e lá chegando, como lhes é peculiar,
enganaram a todos com promessas de rápidos resgates de débito
espiritual, anunciando que a terra era o lugar ideal para todos, um
verdadeiro paraíso, e que eles podiam lhes acompanhar, pois não se
arrependeriam. Iludidos com aquela argumentação matreira e
acreditando ser a terra realmente um paraíso, rumaram todos
imediatamente ao seu destino.

Quanta decepção e desilusão, quanta lágrima derramada, pois aqui
chegando, deu-se o fenômeno da materialização. Ao adquirirem formas
humanas, foi permitido aqueles espíritos errantes, enxergar, ouvir e
sentir, mas agora já na própria carne, todo tipo de dores e
necessidades, participando de espetáculos deprimentes, como crimes
de todas as espécies, além de outras negatividades.

E assim estava instaurado o caos. Neste tempo, os seres não
conheciam um outro senhor no Universo, ainda assim, Aluvaiá e Bombo-
Njila temendo perderem o seu poder, ignoram o acordado entre N'Zambi
e os Bakulu sobre sua vinda à terra e passaram a nutrir os seres por
eles transportados e criados, com sangue, provocando um
enfraquecimento em si mesmos devido a crescente demanda.

Diante do problema, Aluvaiá e Bombo-Njila decidiram alimentarem-se
do sangue que destinavam as demais criaturas, tornando-se cada vez
mais constituídos da mesma substância que os humanos, cada vez mais
a sua semelhança.

Novamente convocados a prestarem contas a N'Zambi, mentiram, ao
afirmarem que do outro lado haviam seres bonitos, felizes, flores,
etc. Ousados, acrescentaram ainda, que se ficassem mais tempo se
enfraqueceriam muito, por isso precisavam conhecer o segredo da
perpetuação, que só N'Zambi podia lhes revelar. N'Zambi, percebendo
as intenções maléficas, pela energia que deles emanava,
disse: "Aluvaiá e Bombo-Njila, vocês me enganaram. Usaram seus
poderes sem me consultar e beberam da substância que não lhes era
destinada. Por isso, mandarei vocês de volta, e como castigo terão
que prosseguir mantendo-se com a própria essência da vida que
criaram e sorveram: o sangue", ordenando-lhes por fim que voltassem
a terra.

De tempos em tempos, N'Zambi pedia a um dos Bakulu para descer à
Terra, e trazer-lhe informações, ao que atendiam de pronto. Certa
vez ao retornarem, informaram à N'Zambi que Aluvaiá e Bombo-Njila
faziam um bom trabalho.

N'Zambi novamente chamou a ambos à sua presença para que falassem de
suas obras. Após terem conferenciado, N'Zambi determinou que os
demais Bakulu regressassem aos mundos habitados e diante da grande
obra realizada por Aluvaiá e Bombo-Njila, passassem cada qual a
exercer de fato o domínio sobre as matas, os mares, o ar, o fogo, a
terra, e demais reinos e elementos da natureza, como há muito
esperavam. N'Zambi escolheu e escalou o Bakulu Tempo (Kitembu),
encarregando-o da missão de transportar os bons e os maus espíritos
e após classificá-los, alojá-los nos planos de vida correspondentes.
Assim, os maus relutam até hoje em moldarem-se a seu plano, ao passo
que os bons devem ir se aperfeiçoando a cada dia.

Aluvaiá e Bombo-Njila vendo o seu império comprometido, zangaram-se
com os Bakulu, mas estes de posse de seus domínios passaram a
capacitar os seres para realização de diversas proezas. Com isso,
ambos atestaram que perdiam poder e resolveram voltar à N'Zambi,
alegando que haviam sido expulsos de seus domínios pelos Bakulu,
tentando intrigar N'Zambi contra as demais Divindades. Entretanto,
N'Zambi dessa vez não lhes deu ouvidos e em sua infinita bondade
deixou a encargo de ambos a missão de seguirem transitando entre os
dois mundos, agora como os mensageiros dos Bakulu. Com o passar dos
tempos, os seres, sentindo necessidade do desempenho de ambos como
os agentes mágicos universais, e faziam-lhe sacrifícios para chamá-
los, convocando-os e recebendo-os com honrarias, já que haviam
ficado dependentes do sangue por eles criado, de sua presteza ao
circularem entre os mundos, de propiciarem os acontecimentos e de
levarem e trazerem as mensagens dos Bakulu. Como pena, Aluvaiá e
Bombo-Njila passaram a ter a responsabilidade de manter a vida
material através do que lhes é também vital- o sangue. Por outro
lado são sempre os primeiros a serem alimentados e homenageados, já
que foram os primeiros a serem criados por N'Zambi e a reinarem
sobre a matéria humana, sendo por isso, Aluvaiá e Bombo-Njila, até
hoje, os intermediários legítimos entre os homens e as demais
Divindades.







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Taata kiamuloji

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